segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Revestrés de valores





Já repararam como passamos boa parte da vida com medo de viver.
Ou com medo de morrer.
Nascemos puros e depois veio a educação tradicionalista cristã nos impor medos e culpas.
E neles permanecemos por longos anos.
Parece, para mim, que viver se tornou mais um se livrar dos excessos de uma educação puritana do que um curtir a vida de verdade.
E isso leva anos, até o dia em que você se vê livre. Pronto para viver.
Mas aí já são os seus oitenta e tal anos e na verdade você está mais é pronto para morrer em paz.
Ou seja, nossa sociedade forma pessoas boas para desperdiçarem a vida em angústia e stress, a perdê-la lentamente e, ao final, descobrir que ainda lhe restam poucos anos de vida.
Acho absolutamente perniciosa esta forma de educar.
Acho sádica.
Certamente, melhor seria uma sociedade tradicionalista de verdade, como há muitas pelo mundo afora, onde o homem vive para Deus, qual seja o seu Deus, e respeita padrões éticos bem fundamentados e respeitados pela sociedade e autoridades.
Do que viver com a culpa e medo em meio ao revestrés da impunidade e seus efeitos negativos na sociedade.
De certo seria mais fácil conviver com um "É proibido, proibidíssimo" do que com um É proibido mas ninguém tá vendo.
O que não faz o cidadão comum para seguir as modas, contrariando sua essência.
Para parecer com o que se mostra como certo (sendo que só é certo nesse mundinho artificial da mídia ocidental).
O mundo deu uma volta e meia nos anos que se passaram.
Quando eu era criança (não faz tanto tempo) os valores eram resguardados e cuidados.
Hoje, uma criança de 5 anos aprende que o certo não é sentar de perninhas fechadas e sim arrebitar a bunda numa dança sensual.
Este é o Brasil.
Um país sem identidade. Que foi controlado pela Igreja, pelos militares, e se libertou de seus grilhões para se tornar um reduto do nicho midialístico, fomentando a parte podre do mercado da moda e mídia para o mundo inteiro.
Um país tão especial, forte, valente, buscando sua identidade.
Porém passando por um período de lodo entre o culto à moda, as tentativas criativas do samba e funk, criando uma geração que, como as anteriores, foram resultado dos eventos sociais e políticos que as criaram.
Minha irmã resolveu isso fechando o filho dela no mundo heavy metal. Este é o mundo daquela família. Naquela casa só se assite "world television".
Uma tentativa de protegê-lo da meleca que faz a televisão brasileira nos valores morais e sexuais de um cidadão comum.
Afinal, somos todos cidadãos comuns, expostos à banalização do sexo e criminalidade.
Eu não tenho filhos.
Me lembro que antigamente a gente falava em conflito de gerações, ao inverso. Meus pais eram rock'n'roll, meus avós, carolas, eu, o resultado da rebeldia, da busca por liberdade.
Assim foi criada a minha geração. Que anda rebolando pelada na televisão brasileira, chefiando ou participando de quadrilhas, ou ganhando rios de dinheiro no mercado e os gastando em drogas para si, cremes para as mulheres e distrações gringas para os filhos não assistirem a esse grande acontecimento em tempo real: a televisão brasileira.
Acho que o mercado da pornografia é forte no Brasil e tenho uma opinião formada a este respeito.
A pornografia cria um sexo artificial e um mundo sem amor.
O sexo artificial a que me refiro é um sexo onde a mulher faz caras e bocas tentando imitar o vídeo e se esquece de amar.
O mercado de sex-shop só faz crescer no Brasil. E vêm os psicólogos explicarem que é bom para autoconhecimento e se liberar sexualmente. Sou contra. Talvez fosse bom para nossas avozinhas se liberarem sexualmente, ou para as clientes de 80 anos. Os jovens de hoje, da minha idade ou mais jovens não precisam se libertar mais sexualmente não. Já estão libertos.
Ou seja, sex-shop deveria ser recomendado para casais de 80 anos. Filmes pornográficos destróem o prazer feminino. A mídia está testando os próprios limites e o mercado de teste é o Brasil.
Falo como mulher, num país que tem uma presidente mulher.
Falo como filha de transviados rockeiros revolucionários trotskistas.
Quero ordem. Quero bom-senso. Quero resguardar meu país e a paz das mulheres que nele habitam